Um pastor deve preparar-se para se despedir bem, diz Papa
por Da redação, com Rádio VaticanoNa homilia, Francisco destacou três ensinamentos do apóstolo Paulo, na ocasião em que se despediu da Igreja de Éfeso Da redação, com Rádio Vaticano Papa Francisco em Missa na capela da Casa Santa Marta, nesta terça-feira, 30 / Foto: Rádio Vaticano O Papa Francisco celebrou na manhã desta terça-feira, 30, a Santa Missa na Capela […]
Na homilia, Francisco destacou três ensinamentos do apóstolo Paulo, na ocasião em que se despediu da Igreja de Éfeso
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco celebrou na manhã desta terça-feira, 30, a Santa Missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.
No centro da sua homilia esteve a primeira Leitura tirada dos Atos dos Apóstolos, que se pode intitular “a despedida de um bispo”, explicou o Papa. O Apóstolo Paulo se despede da Igreja de Éfeso, que ele havia fundado. Agora deve ir:
“Todos os pastores devem se despedir. Chega um momento em que o Senhor nos diz: vai para outro lugar, vai para lá, vem para cá, venha a mim. E um dos passos que deve fazer um pastor é também preparar-se para se despedir bem, não se despedir à metade. O pastor que não aprende a se despedir é porque tem alguma ligação não boa com o rebanho, um vínculo que não é purificado pela Cruz de Jesus”.
Paulo, então, chama todos os presbíteros de Éfeso e em uma espécie de “conselho presbiteral” se despede.
O Papa destaca “três atitudes” do apóstolo. Primeiro, ele diz que nunca abandonou a luta: “Não é um ato de vaidade”, “porque ele diz que é o pior dos pecadores, sabe disso e diz”, mas simplesmente “conta a história”. E “uma das coisas que dará tanta paz ao pastor quando se despede – explicou o Papa – é recordar-se que nunca foi um pastor de compromissos”, ele sabe “que não guiou a Igreja com compromissos. Ele nunca abandonou a luta. “E é preciso coragem para isso”.
Segundo ponto. Paulo diz que ele vai a Jerusalém “compelido pelo Espírito”, não sabe o que vai acontecer lá”. Ele obedece ao Espírito. “O pastor sabe que está em caminho”:
“Enquanto guiava a Igreja era com a atitude de não fazer compromissos; agora, o Espírito pede a ele para se colocar em caminho, sem saber o que vai acontecer. E continua, porque ele não possui nada seu, ele não fez do seu rebanho uma apropriação indevida. Ele serviu. ‘Agora Deus quer que eu vá embora? Vou embora sem saber o que vai acontecer comigo. Sei somente – o Espírito tinha feito ele saber – que o Espírito Santo de cidade em cidade me confirma que me esperam correntes e tribulações’. Isso ele sabia. Não vou me aposentar. Vou para outro lugar para servir outras Igrejas. Sempre o coração aberto à voz de Deus: deixo isso, vou ver o que o Senhor me pede. E aquele pastor sem compromissos é agora um pastor em caminho”.
O Papa explica por que não se apropriou do rebanho. Terceiro ponto. Paulo diz: “Eu não considero de nenhum modo preciosa a minha vida”: não é “o centro da história, da história grande ou da história pequena”, não é o centro, é “um servo”. Francisco cita um ditado popular: “Como você vive, você morre; como você vive, você se despede”. E Paulo se despede com uma “liberdade sem compromissos” e em caminho. “Assim se despede um pastor”:
“Com este exemplo tão bonito rezemos pelos pastores, pelos nossos pastores, pelos párocos, pelos bispos, pelo Papa, para que a sua vida seja uma vida sem compromissos, uma vida em caminho, e uma vida onde eles não pensem estar no centro da história e assim aprendam a se despedir. Rezemos pelos nossos pastores”.
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