Papa pede que cristãos vivam em harmonia, não em tranquilidade
por Da Redação, com Rádio VaticanoNa homilia de hoje, Papa diferenciou uma vida harmônica de uma vida tranquila, resgatando o exemplo das primeiras comunidades cristãs Da Redação, com Rádio Vaticano Como de costume, o Papa Francisco celebrou a Missa na Casa Santa Marta nesta terça-feira, 5. A homilia de hoje tratou da diferença entre os cristãos viverem em harmonia ou […]
Na homilia de hoje, Papa diferenciou uma vida harmônica de uma vida tranquila, resgatando o exemplo das primeiras comunidades cristãs
Da Redação, com Rádio Vaticano
Como de costume, o Papa Francisco celebrou a Missa na Casa Santa Marta nesta terça-feira, 5. A homilia de hoje tratou da diferença entre os cristãos viverem em harmonia ou em tranquilidade.
Um só coração, uma só alma, nenhum pobre e bens distribuídos segundo as necessidades. Os sentimentos e o estilo de vida da primeira comunidade cristã podem ser resumidos em uma única palavra, segundo os Atos dos Apóstolos: harmonia.
Uma palavra sobre a qual é preciso um consenso, afirmou o Papa no início da homilia, porque não se trata de uma concórdia qualquer, mas de um dom do céu para quem renasceu do Espírito Santo, como os primeiros cristãos.
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“Nós podemos fazer acordos, uma certa paz… mas a harmonia é uma graça interior que somente o Espírito Santo pode promover. E estas comunidades viviam em harmonia, e os sinais da harmonia são dois: ninguém fica na necessidade, porque tudo era em comum. Em que sentido? Tinham um só coração, uma só alma e ninguém considerava o que lhe pertencia como propriedade, porque tudo era em comum. Ninguém deles era carente. A verdadeira ‘harmonia’ do Espírito Santo tem uma relação muito forte com o dinheiro: o dinheiro é inimigo da harmonia; o dinheiro é egoísta e, por isso, todos davam o que tinham para que não faltasse nada a ninguém”.
Harmonia não é tranquilidade
O Papa se concentrou sobre este aspecto e repetiu o exemplo virtuoso oferecido pelo trecho dos Atos dos Apóstolos, o de Barnabé, que vende sua terra e entrega o dinheiro aos Apóstolos. No entanto, os versículos seguintes, não incluídos na leitura do dia, propõem outro episódio, oposto ao primeiro, que Francisco citou: o de Ananias e Safira, um casal que finge dar o arrecadado com venda de suas terras, mas na realidade retém uma parte do dinheiro.
Essa foi uma escolha que para eles terá um preço muito amargo, a morte. Deus e o dinheiro são dois patrões “cujo serviço é irreconciliável”, repetiu Francisco, que logo depois esclareceu também o equívoco que pode surgir sobre o conceito de ‘harmonia’. Não se trata de ‘tranquilidade’, ressaltou.
“Uma comunidade pode ser muito tranquila, em que tudo vai bem: tudo funciona… Mas não está em harmonia. Uma vez, ouvi dizer de um bispo algo muito sábio: ‘Na diocese há tranquilidade. Mas se você tocar um problema, ou este ou aquele outro problema, logo começa a guerra’. Esta seria uma harmonia negociada, e esta não é a do Espírito Santo. É uma harmonia – digamos – hipócrita, como aquela de Ananias e Safira com aquilo que fizeram”.
O Espirito e a coragem
Francisco concluiu convidando à releitura dos Atos dos Apóstolos sobre os primeiros cristãos e sua vida em comum. Segundo ele, isso é bom para entender como testemunhar a novidade em todos os ambientes em que se vive.
“A harmonia do Espirito Santo nos dá esta generosidade de não ter nada próprio enquanto há alguém necessitado. A harmonia do Espírito Santo nos dá uma segunda postura: ‘Com grande força, os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus, e todos regojizavam de grande favor’, isto é, de coragem. Quando existe harmonia na Igreja, na comunidade, existe coragem, a coragem de testemunhar o Senhor Ressuscitado”.
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