Papa: não adianta falar de paz se o coração está em guerra
porPapa retomou hoje Missa na Casa Santa Marta; na homilia, ênfase para a promoção da paz nas pequenas coisas O Papa Francisco retomou as Missas na Casa Santa Marta nesta quinta-feira, 8, após uma pausa devido ao período de verão. Na homilia, ele destacou a necessidade de pedir o dom da sabedoria para promover a […]
Papa retomou hoje Missa na Casa Santa Marta; na homilia, ênfase para a promoção da paz nas pequenas coisas
O Papa Francisco retomou as Missas na Casa Santa Marta nesta quinta-feira, 8, após uma pausa devido ao período de verão. Na homilia, ele destacou a necessidade de pedir o dom da sabedoria para promover a paz nas pequenas coisas do cotidiano, pois é a partir de pequenos gestos que nasce a possibilidade de paz em escala global.
A paz não se constrói por meio de grandes consensos internacionais, ponderou o Papa. A paz é um dom de Deus que nasce em lugares pequenos, em um coração, por exemplo, ou em um sonho, como acontece a José, quando um anjo lhe diz que não deve ter medo de se casar com Maria, porque ela doará ao mundo o Emanuel, o “Deus conosco”. E o Deus conosco, diz o Papa, “é a paz”.
Deste ponto parte a reflexão, de uma liturgia que pronuncia a palavra “paz” desde a primeira oração. O que atrai a atenção de Francisco em particular é o verbo que se ressalta na oração da coleta, “que todos nós possamos crescer na unidade e na paz”. “Crescer” porque, destaca o Papa, a paz é um dom que tem seu caminho de vida e, portanto, cada um deve trabalhar para que este se desenvolva.
“Esta estrada de santos e pecadores nos diz que também nós devemos pegar este dom da paz e abrir-lhe caminho em nossa vida, fazê-lo entrar em nós, fazê-lo entrar no mundo. A paz não se constrói da noite para o dia; a paz é um dom, mas um dom que deve ser tomado e trabalhado todos os dias. Para isto, podemos dizer que a paz é um dom artesanal nas mãos dos homens. Somos nós, homens, todos os dias, que devemos dar um passo para a paz: é o nosso trabalho. É o nosso trabalho com o dom recebido: promover a paz”.
Guerra nos corações, guerra no mundo
O Papa questionou, então, como é possível atingir essa meta. Na liturgia do dia, explica, há uma outra palavra que fala de “pequenez”. Aquela da Virgem, da qual se festeja a Natividade, e também aquela de Belém, tão pequena que tampouco consta nos mapas, ressalta Francisco.
“A paz é um dom, é um dom artesanal que devemos trabalhar, todos os dias, mas trabalhá-lo nas pequenas coisas: nas pequenezes cotidianas. Não são suficientes os grandes manifestos pela paz, os grandes encontros internacionais se depois não se realiza esta paz no pequeno. Aliás, tu podes falar da paz com palavras esplendidas, fazer uma grande conferência… Mas se no teu pequeno, no teu coração não há paz, na tua família não há paz, no teu bairro não há paz, no teu trabalho não há paz, não haverá tampouco no mundo”.
É preciso pedir a Deus, sugere o Papa, a graça da sabedoria de promover a paz nas pequenas coisas cotidianas, mas mirando ao horizonte de toda a humanidade, justamente hoje, repetiu o Papa, quando se vive uma guerra e todos pedem a paz.
“Como está teu coração hoje? Está em paz? Se não está em paz, antes de falar de paz, coloca teu coração em paz. Como está a tua família hoje? Está em paz? Se não és capaz de levar adiante a tua família, o teu presbitério, a tua congregação, levá-la adiante em paz, não bastam palavras de paz para o mundo… Esta é a pergunta que hoje gostaria de fazer: como está o coração de cada um de nós? Está em paz? Como está a família de cada um de nós? Está em paz? É assim, não? Para chegar a um mundo em paz”.
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