Pais e filhos: cultive os bons hábitos para o amadurecimento pessoal
por Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USPO desenvolvimento dos filhos também passa por aquilo que os seus pais podem atribuir a eles durante toda a vida, especialmente nos primeiros anos de vida. Neste sentido, sempre há uma dúvida na relação de intensidade quanto às ordens e atribuições dadas de pais para filhos. Muitos criticam quando se colocam regras para filhos desde […]
O desenvolvimento dos filhos também passa por aquilo que os seus pais podem atribuir a eles durante toda a vida, especialmente nos primeiros anos de vida. Neste sentido, sempre há uma dúvida na relação de intensidade quanto às ordens e atribuições dadas de pais para filhos.
Muitos criticam quando se colocam regras para filhos desde cedo, tais como organização, método etc. Porém, é essencial que, desde pequenos, os filhos possam relacionar-se com este valor e esta virtude: a organização.
Sobre a organização temos também essa responsabilidade. Mas como assim? Digo que, quanto mais cedo as crianças receberem responsabilidades no ambiente, mais comprometidas com a vida elas serão. Quer um exemplo simples? Ao brincar, seu filho deixa todos seus brinquedos espalhados pela casa e você vai juntando-os e colocando numa caixa. Você errou: ao invés disso, indique a ele que, depois de brincar, é a hora de guardar. Você ensinará 3 valores: disciplina, organização e responsabilidade. Dirá ainda que, toda ação tem uma consequência e que ele precisa ajudar no lar.
Inserir limites na vida dos filhos
Cuidado ao confundir bondade com uma forma de deixar seus filhos sem nenhum tipo de limite: limites não estabelecidos na infância podem contribuir com adultos que terão uma série de problemas na fase adulta.
Se como pais protegemos nossos filhos daquilo que os constrói, efetivamente estaremos prejudicando uma etapa de vida posterior. Quando atribuímos responsabilidades aos filhos, colaboramos efetivamente para que cresçam, que assumam à frente de situações, que hábitos sejam absorvidos dia a dia.
Responsabilidade atribuída também é uma colaboração efetiva com a formação de caráter, senso de pertencimento e cuidado com os lugares onde a criança vive e, ainda, para que essa criança saiba o valor das coisas e do trabalho empenhado dos pais na construção de um lar. Quando isso não acontece, é fácil acontecer que filhos tornem-se desleixados, até mesmo “folgados” numa linguagem bem popular.
Não tenha medo de envolver seu filho em tarefas domésticas: isso dará a ele um bom senso da forma de conviver em grupos e ambientes sociais. Ele levará as boas lições aprendidas em casa para a boa convivência, por exemplo, no ambiente escolar e, futuramente, no trabalho e em outros ambientes. Lavar seu copo em casa ou retirar a louça, diz daquela criança que, ao crescer, também terá o mesmo comportamento em outros ambientes, como na empresa, por exemplo.
A importância de cultivar as virtudes no cotidiano
As pequenas virtudes – atualmente tão valorizadas na educação e, por vezes, esquecidas num cotidiano – fazem parte de um repertório simples, porém, que necessita ser retomado. Com o desejo de poupar os filhos, muitas vezes, os pais se sobrecarregam. É justo e coerente que possamos treinar nossos filhos e responsabilizá-los com as coisas do dia a dia. A partir do simples e ordinário, ajudaremos nossos filhos no que é diferenciado e nas responsabilidades crescentes da vida real.
Quando são responsabilizados por algo, aprendem; e, quando aprendem, adquirem repertório para lidar com a vida, com isso, vão amadurecendo e crescendo, mesmo com os erros. Quebrar algo ensina a ter mais cuidado; queimar um alimento pede que ele preste atenção; ter um animal e dar comida diz que um animal precisa de apoio e não é apenas um brinquedo.
Não faça as tarefas escolares para seu filho: dê suporte e acompanhe a realização; não carregue a mochila dele para aliviar seu peso: deixe que ele saiba que ela pesa e dá trabalho para levar; não incentive que ele se torne uma criança desleixada, ao recolher toda a bagunça que ele promove. Parece algo simples e bobo de se escrever, mas pequenas atitudes contribuem efetivamente no bom desenvolvimento dos pequenos.
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