Festa da Divina Misericórdia
por Dom Adimir Antonio Mazali“Desejo que a Festa de Misericórdia seja um refúgio para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia estarão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramarei um mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e castigos.” (Diário n. 699).
Esta Festa foi instituída para toda a Igreja pelo saudoso Papa São João Paulo II no ano de 2000 para ser celebrada sempre no segundo domingo de Páscoa. Segundo consta, era um desejo do próprio Jesus que fora revelado como um pedido especial a Santa Faustina Kowalska, uma religiosa polonesa, em 1931. Este domingo coincide com o Evangelho de João quando Jesus, no primeiro dia da semana, no dia de sua ressurreição aparece aos apóstolos e institui o sacramento da confissão (Jo 20,19-23).
Santa Faustina escreveu esta revelação em seu diário: “Desejo que a Festa de Misericórdia seja um refúgio para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia estarão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramarei um mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e castigos. Nesse dia estarão abertas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte de minha misericórdia” (Diário n. 699).
Prezados irmãos e irmãs, a Festa da Divina Misericórdia é um convite a todo cristão para experimentar a própria Misericórdia de Deus através do sacramento da confissão, entendendo ainda que, conhecendo e confiando na Misericórdia de Deus, compreendemos sua acolhida e o seu perdão.
Recordando o Evangelho de São João, vemos o primeiro encontro de Jesus com seus discípulos, após a paixão e a morte na cruz. Apenas o discípulo amado foi quem havia permanecido aos pés da cruz, com Maria, a Mãe de Jesus e Maria de Cléofas, conforme no relato da paixão. Porém, mesmo depois de ter sido traído por Judas Iscariotes, negado por Pedro e abandonado pelos outros discípulos, Jesus Ressuscitado os reencontra. Entra no lugar onde estavam desejando-lhes a paz, transmitindo-lhes os dons do Espírito Santo e a missão de perdoar. “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20, 22b – 23).
A experiência com Jesus ressuscitado traz consigo uma grande missão aos apóstolos e revela mais uma vez como Deus é bom e misericordioso. Assim também diz o salmista: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!” (Sl 117). Quando tudo parece ter chegado ao fim na cruz, Jesus Ressuscitado alegra seus discípulos e marca um novo começo com o sinal de paz como dom derramado sobre eles. Assim, o testemunho dos discípulos é verdadeiro.
Na Primeira Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos narra a formação das primeiras comunidades e mostra que os sinais que os apóstolos realizam e o testemunho que eles dão, converte numerosa multidão. Nos fala da adesão incontável dos fiéis à comunidade. Vendo uma comunidade realmente fraterna, as pessoas começam a questionar. O que isso significa? Sobretudo, quando os sinais prodigiosos acompanham esta comunidade. Sinais que devem conduzir a Jesus de Nazaré, cuja ressurreição a comunidade proclama e torna Jerusalém, a primeira comunidade a dar testemunho de Cristo Ressuscitado.
Caríssimos irmãos e irmãs. Acolhendo a mensagem deste Domingo da Divina Misericórdia, acorramos ao encontro da graça que nos é oferecida pelo Sacramento da Confissão e experimentemos o amor de Deus derramado sobre nós como comunidade de irmãos, testemunhando a todos que o “Senhor é bom e eterna é a sua misericórdia”.
“Jesus, eu confio em vós!” Amém.
Dom Adimir Antonio Mazali
Bispo de Erexim (RS)
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