19/02/2024

Papa: Quaresma é tempo de “permanecer em silêncio e entrar em oração”

Antes de recitar o Angelus no 1º Domingo da Quaresma, Francisco refletiu sobre combate a paixões desordenadas e vida no “deserto interior” dos cristãos

No Angelus deste domingo, 18, o Papa Francisco refletiu sobre as tentações sofridas por Jesus no deserto, narradas no Evangelho do dia (cf. Mc 1,12-15). Aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, ele destacou que todos são convidados, durante a Quaresma, a “entrar no deserto”, isto é, no silêncio, no mundo interior, na escuta do coração.

O trecho refletido relata que, durante os 40 dias em que permaneceu no deserto, Jesus “vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam” (cf. Mc 1,13b). O Pontífice explicou que, de forma simbólica, também os cristãos podem encontrar essa mesma companhia quando adentram no “deserto interior”.

Enfrentar as paixões desordenadas

Ele pontuou que os “animais selvagens” são as paixões desordenadas que dividem os corações dos homens, tentando possuí-los. “Elas nos sugestionam, parecem sedutoras, mas, se não estivermos atentos, levam ao risco de nos dilacerar”, afirmou, citando a ganância, a vaidade, a avidez pela fama e outros vícios.

“São animais selvagens, e como tais devem ser domesticados e combatidos: caso contrário, devoram-nos a liberdade. É preciso ir ao deserto para perceber a presença deles e enfrentá-los. E a Quaresma é o momento de fazê-lo”, expressou o Santo Padre.

Acalmar o coração

Em relação aos anjos, Francisco disse que eles “são os mensageiros de Deus que nos ajudam, nos fazem bem”. Sua característica é o serviço, oposto à posse que as paixões visam. “Enquanto as tentações nos dilaceram, as boas inspirações divinas unificam-nos na harmonia: acalmam o coração, infundem o sabor de Cristo, ‘o sabor do Céu’. Assim voltam à alma a ordem e a paz, independentemente das circunstâncias da vida”, explicou.

Contudo, o Papa frisou que, para captar os pensamentos e sentimentos inspirados por Deus, há necessidade de permanecer em silêncio e permanecer em oração. Ele reiterou que a Quaresma é o tempo oportuno para isso e, encerrando sua fala, propôs dois questionamentos.

O Pontífice exortou os fiéis a pensar em quais “animais selvagens” têm agitado seus corações e se estão a caminho do deserto, a fim de cuidar da vida interior e espiritual. Por fim, ele concluiu sua reflexão pedindo que “a Virgem Santa, que guardou a Palavra e não se deixou tocar pelas tentações do Maligno, nos ajude no caminho”, prosseguindo para a recitação do Angelus.

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