Papa defende direitos das crianças e “tolerância zero” a abusos
Em carta a bispos, Francisco defendeu integridade das crianças e voltou a pedir perdão pelas vezes em que membros da Igreja pecaram contra elas
Em carta a bispos, Francisco defendeu integridade das crianças e voltou a pedir perdão pelas vezes em que membros da Igreja pecaram contra elas
Jéssica Marçal
Da Redação
Um apelo em prol dos direitos das crianças e um novo pedido de perdão pelos casos de pedofilia cometidos pelo clero. Esse é, em resumo, o teor da carta que o Papa Francisco enviou aos bispos de todo o mundo na Festa dos Santos Inocentes, celebrada em 28 de dezembro. A carta foi divulgada pelo Vaticano nesta segunda-feira, 2.
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.: Íntegra da carta
O Santo Padre destaca na carta a trágica realidade de tantas crianças, dilaceradas pelo trabalho escravo, pela prostituição e pela exploração, algo que não pode ser ignorado ou silenciado. “Inocência destruída pelas guerras e pela emigração forçada com a perda de tudo o que isso implica”.
Francisco cita ainda dados alarmantes, como uma estimativa do Unicef que prevê 167 milhões de crianças em pobreza extrema em 2030 se a situação de hoje não mudar. Ele também lembra que 75 milhões de crianças tiveram que interromper os estudos por causa das emergências humanitárias e que em 2015, 68% das pessoas vítimas do tráfico sexual eram crianças.
A esses dados, o Santo Padre acrescenta a realidade da pedofilia cometida por sacerdotes, um pecado que envergonha a Igreja. “Pessoas que tinham à sua responsabilidade o cuidado destas crianças, destruíram a sua dignidade. Deploramos isso profundamente e pedimos perdão. Solidarizamo-nos com a dor das vítimas e, por nossa vez, choramos o pecado: o pecado que aconteceu, o pecado de omissão de assistência, o pecado de esconder e negar, o pecado de abuso de poder. Também a Igreja chora amargamente este pecado dos seus filhos e pede perdão”.
Nesse ponto da carta, o Papa pediu pediu renovado empenho dos bispos para que esses casos não se repitam e que as crianças tenham sua dignidade de filhos de Deus não só respeitada, mas sobretudo defendida. “Assumamos, clara e lealmente, a determinação ‘tolerância zero’ neste campo”, frisou o Papa.
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