18/09/2023

Papa aos farmacêuticos: o serviço aos doentes é um serviço a Deus

Por ocasião dos 150 anos de fundação da Farmácia Vaticana, Francisco recebeu em audiência um grupo de consagrados, colaboradores e funcionários do local

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, 18, na Sala Clementina, no Vaticano, um grupo de 150 consagrados da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, colaboradores e funcionários da Farmácia Vaticana. Em seu discurso, o Santo Padre expressou sua alegria em encontrá-los ao aproximar-se do aniversário dos 150 anos de fundação da Farmácia Vaticana, e o fez recorrendo às raízes de sua história.

O Pontífice lembrou que a instituição realizou um sonho do Papa Gregório XVI, um monge camaldulense que, ciente da importância da farmácia, a anexou ao mosteiro. Foi então o Beato Pio IX que realizou esse sonho, confiando ao Superior Geral da Ordem Hospitaleira de São João de Deus a tarefa de estabelecer uma farmácia no Vaticano. De fato, o Papa explicou que a Ordem tinha tinha uma longa tradição nessa área, e a farmácia da casa religiosa em muitos lugares também atendia pessoas de fora.

O serviço da Ordem durante o Concílio Vaticano II também foi recordado por Francisco. Todas as manhãs, antes do início das sessões conciliares, as dependências da Farmácia ficavam lotadas de bispos de todas as nacionalidades para a compra de remédios e, enquanto um pequeno grupo de religiosos consagrados procurava atender aos pedidos nos vários idiomas, duas outras religiosas enfermeiras estavam presentes nos postos fixos de primeiros socorros, juntamente com um médico e dois maqueiros, para quaisquer outras necessidades.

Suplemento da caridade

O Santo Padre destacou ainda que a Farmácia Vaticana se distingue das outras não só porque se dedica ao serviço direto do Sucessor de Pedro e da Cúria Romana, mas também porque é chamada a um “suplemento de caridade”, realizando um serviço que, além da venda de medicamentos, deve se distinguir pela atenção às pessoas mais frágeis e pelo cuidado com os doentes.

“Gostaria de dizer obrigado, obrigado por isso: obrigado aos Irmãos de São João de Deus, aos colaboradores leigos, aos farmacêuticos e funcionários, aos que trabalham nos armazéns e a todos os que ajudam nessa obra. Obrigado por seu profissionalismo e dedicação, mas também pelo espírito de acolhida e disposição com que realizam sua tarefa, que às vezes exige esforço e – como aconteceu especialmente durante a pandemia – requer disposição para o sacrifício”, disse.

Farmacêuticos: não é uma profissão, é uma missão

Ao agradecer e reconhecer quanto é árdua a missão deles, Francisco estendeu seu olhar para os farmacêuticos de modo geral, aos quais quis dedicar um pensamento: “A eles chegam tantas pessoas, especialmente os idosos, que muitas vezes, no ritmo frenético de hoje, precisam não apenas de um medicamento, mas precisam também de atenção, um sorriso, precisam de um ouvido, uma palavra de conforto. Não se esqueçam disso: o apostolado dos ouvidos. Ouvir, ouvir… Às vezes, parece chato, mas para a pessoa que está falando é uma carícia de Deus por meio de vocês”.

De acordo com o Pontífice, os farmacêuticos são uma mão próxima e estendida, que não se limita a distribuir medicamentos, mas transmite coragem e proximidade. “Obrigado a vocês e a todos os farmacêuticos por isso! Sua profissão não é uma profissão, é uma missão”, afirmou.

O Santo Padre encorajou-os a seguir adiante, pedindo-lhes que tenham muita paciência e concluiu deixando-lhes um conselho espiritual: “De vez em quando, levantem seus olhos para o Crucifixo, voltando o olhar para o Deus chagado e ferido. O serviço que vocês prestam aos doentes é um serviço a Ele. E é bom obter do Médico celestial paciência e benevolência, e a força para amar, sem se cansar. Em Sua escola, desde a cátedra da cruz até o balcão da farmácia, que vocês também sejam dispensadores diários de misericórdia”.

 

Da redação, com Vatican News

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