Jornalistas se unem ao Papa na intenção de oração de outubro
Papa elencou três elementos essenciais para a prática jornalística e encorajou profissionais da área
Papa elencou três elementos essenciais para a prática jornalística e encorajou profissionais da área
Jéssica Marçal
Da Redação
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 22, os membros do Conselho da Ordem dos Jornalistas da Itália. Com os profissionais da imprensa, o Santo Padre refletiu sobre como o jornalismo pode servir à melhoria da sociedade.
Francisco se concentrou em três pontos: amar a verdade, viver com profissionalismo e respeitar a dignidade humana. Amar a verdade, segundo o Papa, significa não só afirmar, mas viver a verdade e testemunhá-la com o próprio trabalho.
“Viver e trabalhar, portanto, com coerência com relação às palavras que se utiliza para um artigo de jornal ou um trabalho televisivo. A questão aqui não é ser ou não ser um crente. A questão aqui é ser ou não ser honesto consigo mesmo e com os outros”.
Relembre
.: Discurso do Papa Francisco aos jornalistas no início de seu pontificado
Sobre viver com profissionalismo, Francisco disse que isso vai muito além de seguir o que está nos códigos da profissão. É preciso compreender, interiorizar o sentido profundo do próprio trabalho e disso resulta a necessidade de não submeter a profissão aos interesses alheios, seja econômicos ou políticos. “Tarefa do jornalismo, ousaria dizer a sua vocação, é, portanto, através da atenção, do cuidado pela busca da verdade, fazer crescer a dimensão social do homem, favorecer a construção de uma verdadeira cidadania”.
O terrorismo das fofocas
O Santo Padre também lembrou aos jornalistas a necessidade de respeitar a dignidade humana, o que é importante em toda profissão, mas em especial no jornalismo, porque atrás de um simples relato de um acontecimento há sentimentos, emoções, a vida das pessoas.
Nesse ponto, Francisco recordou que por várias vezes já falou do “terrorismo das fofocas”, de como se pode matar uma pessoa com a língua. “Se isso vale para cada pessoa, família ou trabalho, tanto mais para os jornalistas, porque sua voz pode atingir todos, e esta é uma arma poderosa (…) Um artigo publicado hoje, amanhã será substituído por outro, mas a vida de uma pessoa injustamente difamada pode ser destruída para sempre”.
Poucas profissões têm tanta influência na sociedade como o jornalismo, disse o Papa, lembrando que esse profissional tem um papel de grande importância e ao mesmo tempo de grande responsabilidade.
Também a Santa Sé passa por um processo de renovação do sistema comunicativo, lembrou Francisco. Inclusive, hoje foi publicado o estatuto da Secretaria para a Comunicação, órgão instituído pelo Papa em junho do ano passado no contexto da reforma da Cúria Romana.
Na conclusão de seu discurso, o Papa deixou aos jornalistas uma mensagem de esperança, lembrando que esse trabalho pode favorecer a cultura do encontro. “Vocês jornalistas podem lembrar todos os dias que não há conflito que não possa ser resolvido por homens e mulheres de boa vontade”.
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