15/11/2021

Sagrada Comunhão: 8 coisas que você provavelmente não sabe

por O Catequista

A História da Igreja é fascinante! A seguir, você conhecerá algumas curiosidades sobre a Sagrada Comunhão Eucarística. O PÃO DA OBLAÇÃO ERA COMUM Nos primeiros séculos, o pão usando na consagração eucarística era o pão fermentado comum, trazido de casa pelos fiéis. Esse pão era entregue ao diácono no momento das ofertas, junto com o vinho. […]

A História da Igreja é fascinante! A seguir, você conhecerá algumas curiosidades sobre a Sagrada Comunhão Eucarística.

O PÃO DA OBLAÇÃO ERA COMUM

Nos primeiros séculos, o pão usando na consagração eucarística era o pão fermentado comum, trazido de casa pelos fiéis. Esse pão era entregue ao diácono no momento das ofertas, junto com o vinho. E o diácono encaminhava as ofertas ao celebrante.

O pão levado ao altar geralmente tinha um acabamento mais caprichado, como a coroa: um círculo trançado em forma de rosca.

Apenas a partir do século 9, a Igreja começa a usar o pão ázimo, por diversos motivos:

  • para diferenciar o pão litúrgico do pão cotidiano, conferindo maior nobreza à matéria da oblação;
  • para que a brancura do pão inspire maior temor ao sacramento, simbolizando a pureza;
  • o pão ázimo é fracionado mais facilmente, o que evita a perda de migalhas.

No século 11, o uso do pão ázimo na liturgia já estava amplamente estabelecido. Na maioria das igrejas católicas de rito oriental, porém, seguiu adiante até hoje a tradição de usar o pão fermentado.

OS FIÉIS LEVAVAM JESUS EUCARÍSTICO PARA CASA

Sim, acredite: até o século 4, era comum que os fiéis levassem o pão da Santa Eucaristia para guardarem em casa, e consumirem diariamente, antes da principal refeição do dia.

Para isso, o Corpo do Senhor era colocado em receptáculos dignos, pequenas arcas. Ou então os fiéis o levavam preso ao pescoço, em um lenço de linho, ou em uma pequena caixinha de material nobre, como marfim, madeira, prata ou ouro.

Vale lembrar que o cristianismo era perseguido, e a Ceia do Senhor era celebrada nas casas. Todos que participavam do rito se conheciam muito bem, e assim praticamente não havia risco de sacrilégio.

O cardeal Bona, em seu Rerum liturgicarum, no nº 17, cita o texto das disposições emitidas por um bispo da Igreja primitiva de Corinto, a respeito do rito de uma comunhão doméstica:

“Se vossa casa for dotada de um oratório, depositareis sobre o altar o vaso que contém a Eucaristia. Se faltar o oratório, sobre uma mesa decente. Estendereis um pequeno véu sobre a mesa e lá depositareis as sagradas partículas; queimareis alguns grãos de incenso e cantareis o trisagion [o nosso Sanctus] e o Símbolo [o Credo]; então, depois de terdes feito as genuflexões, em sinal de adoração, absorvereis religiosamente o Corpo de Jesus Cristo”.

Quando o cristianismo deixou de ser proibido pelo estado (com a paz de Constantino), começaram a ser construídas as igrejas, no século 4. A religião explodiu em número de adeptos e, naturalmente, esse costume começou a desaparecer, até desaparecer completamente no século 6.

SACRÁRIO EM FORMA DE TORRE E DE POMBA

A partir do momento em que as basílicas foram construídas, as reservas eucarísticas eram guardadas em um lugar mais retirado e inacessível da Igreja.

Depois que todos comungavam, o diácono levava o Pão que sobrava para esse local, onde havia uma torre de prata que era o receptáculo para a pomba de ouro. Dentro dessa pomba se guardava o Santo Sacramento.

Tempos depois, essa pomba passou a ficar suspensa sobre o altar, por meio de correntes.

NÃO EXISTIA A ATUAL HÓSTIA

A pequena hóstia branca, em tamanho de moeda, não existia no primeiro milênio da cristandade. O pão era repartido para poder ser distribuído aos fiéis.

Somente a partir do século 12 é que começou-se a produzir a hóstia fina e pequena, como a conhecemos hoje.

O PROSPHORA, PÃO DA LITURGIA ORIENTAL

Desde os primeiros séculos, na liturgia católica (e ortodoxa) bizantina usa-se o pão da eucaristia é o Prosphora (Prósfora): um pão fermentado de massa dupla que representa a natureza divina e humana de Cristo.

Já na Antiguidade se desenvolveu o costume de marcar a massa do Prosphora com desenhos e inscrições sagradas, por meio de um carimbo.

Em algumas igrejas, o Prosphora é produzido por qualquer fiel que tenha vida reta. Em outras, só monges ou o padre pode fazê-lo.

Durante o serviço litúrgico, o sacerdote corta o cubo central do Prosphora, que se chama “cordeiro”. Somente o “cordeiro” é consagrado para se tornar, pela transubstanciação, o Corpo de Cristo, a Comunhão para o clero e os fiéis.

O celebrante usa uma faca chamada “lança” – que simboliza a lança que perfurou o lado de Cristo na Cruz – para separar o Cordeiro do Prosphora.

O restante do pão é o antidoron, que é abençoado para ser distribuído no fim da liturgia.

Alguns Prosphora são pequenos, outros são grandes, depende da igreja. No vídeo abaixo, um padre ortodoxo (que tem o mesmo rito das igrejas católicas orientais bizantinas) corta o “cordeiro” para a consagração.

 

NA IDADE MÉDIA, A COMUNHÃO ERA RARA

Enquanto na Antiguidade a maioria dos cristãos comungava diariamente, na Idade Média a Comunhão era rara entre os leigos.

Isso aconteceu por diversos motivos. Um deles é que as exigências para a Comunhão se tornaram cada vez maiores, dificultando o acesso dos fiéis.

Exigiu-se que se confessasse antes de cada comunhão; chegaram a proibir as mulheres de comungar no período menstrual; dizia-se que casais tinham que ficar vários dias em abstinência sexual antes de comungar; exigiu-se jejum de vários dias em algumas regiões etc.

Por fim, o povo simplesmente se acostumou a não comungar, contentando-se em contemplar com ardor a hóstia consagrada, toda a vez que ela era erguida pelo padre em uma missa.

Essa situação só começou a se reverter com o Concílio de Trento, e sobretudo com a incentivo dado pelo papa São Pio X à Comunhão mais frequente.

IGREJAS ONDE NÃO HÁ TRANSUBSTANCIAÇÃO

As igrejas cismáticas que incorreram em heresia não possuem sucessão apostólica. Portanto, seus ministros não são validamente ordenados, o que torna impossível que o pão e o vinho se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo.

As comunidades protestantes, a Igreja Anglicana e a Igreja Católica do Brasil (ICAB), portanto, não possuem verdadeira Eucaristia.

NAS IGREJAS ORTODOXAS HÁ TRANSUBSTANCIAÇÃO

As igrejas ortodoxas são cismáticas, não aceitam o Papa como soberano. Porém, estão em comunhão parcial com Roma, devido ao caminho de diálogo feito até o momento.

Os padres das igrejas ortodoxas são legítimos sacerdotes, pois essas igrejas possuem sucessão apostólica. Portanto, sua eucaristia é ilícita, porém válida.

Os católicos não devem receber a Comunhão em uma igreja ortodoxa, a não ser em caso de grave necessidade.

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Fonte: O Catequista

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