21/11/2020

Para entender as indulgências

por Karyne Araújo Santiago

No sacramento da reconciliação, o penitente acusa seus pecados, recebe uma absolvição e o padre impõe uma penitência, mas na história da igreja nem sempre essa foi a ordem das etapas desse sacramento.

Para entender as indulgências

 

Para entender o que são indulgências, precisamos primeiro admitir que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave nos priva da comunhão com Deus, e consequentemente nos torna incapazes da vida eterna, portanto esta privação se chama “pena eterna” do pecado. A pena eterna é remida através do sacramento da reconciliação. A segunda consequência é a “pena temporal”, que pode ser descrita como o apego prejudicial às coisas e às criaturas, a desordem e o estrago que o pecado, até mesmo venial, causa. Esta pena exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado purgatório (CIC 1472).

 

No sacramento da reconciliação, o penitente acusa seus pecados, recebe uma absolvição e o padre impõe uma penitência, mas na história da igreja nem sempre essa foi a ordem das etapas desse sacramento. Antigamente, o fiel se confessava, recebia uma penitência que poderia durar minutos, dias ou anos, dependendo da gravidade do pecado ou da reparação que necessitava ser feita e, só após cumpri-la, voltava ao sacerdote para receber a absolvição. Isto acontecia no sentido de necessidade da penitência para resolução da bagunça que o pecado causou em nós.

 

Nossa Senhora, em Fátima, também pediu aos pastorinhos que oferecessem penitência pelos pecadores, e isto só faz sentido crendo que a igreja é um só corpo. É olhando para essa unidade da igreja militante (que caminha na terra), padecente (dos fiéis que estão no purgatório) e triunfante (que estão na glória celeste), que podemos compreender as indulgências. A indulgência é, portanto, a remissão diante de Deus da pena temporal devida pelos pecados já perdoados, que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos. A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberação parcial ou total da pena devida pelos pecados. Todos os fiéis podem adquirir indulgências para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos (CIC 1471).

 

As indulgências no mês de novembro

 

Normalmente, entre os dias 1 e 8 de novembro a Igreja concede indulgência plenária aos fiéis pelas almas do purgatório, da seguinte forma:

Confessando-se, comungando e visitando o cemitério, orando pelas almas do purgatório e orando pelas intenções do Santo Padre, o Papa.

No dia 2 de novembro não é necessária a visita ao cemitério para se obter a indulgência, sendo necessária apenas a visita piedosa a uma igreja ou oratório e ali rezar o Pai-Nosso e o Credo.

Por causa da Pandemia, a Penitenciária Apostólica estendeu os dias para lucrar indulgência plenária nesse mês de novembro de 2020 para até o fim do mês, com o intuito de evitar aglomerações e permitir que um maior número possível de fiéis possa obtê-la.

A Penitenciária Apostólica decretou que a Indulgência Plenária de 2 de novembro pode ser transferida não apenas para o domingo precedente ou seguinte ou para o dia da Solenidade de Todos os Santos, mas também para outro dia do mês de novembro, à livre escolha de cada fiel.

Os idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de casa, por exemplo, por causa das restrições impostas pela autoridade competente para o tempo de pandemia, a fim de evitar que um grande número de fiéis se aglomere nos lugares sagrados, poderão obter a Indulgência Plenária desde que, unindo-se espiritualmente a todos os outros fiéis, completamente distantes do pecado e com a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições habituais (confissão sacramental, Comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre), rezem orações piedosas pelos falecidos diante de uma imagem de Jesus ou da Bem-aventurada Virgem Maria, como por exemplo, Laudes e Vésperas do Ofício dos Defuntos, o Rosário Mariano, o Terço da Divina Misericórdia, outras orações pelos mortos queridos dos fiéis, façam a leitura meditada de uma das passagens evangélicas propostas pela liturgia dos defuntos ou uma obra de misericórdia oferecendo a Deus as dores e dificuldades da própria vida.(Fonte: CNBB).

 

Karyne Araújo Santiago

Postulante na dimensão de Aliança da Comunidade Mariana Boa Semente

Missão Juazeiro do Norte

1 Comentário
  1. Antônio Pereira de Souza disse:

    A paz de Cristo e a alegria de Maria.
    Estou rezando todos os dias que tem missa na minha paróquia por uma alma do purgatório, com forme encima o professor Felipe Aquino em uma catequese.
    #A condição mensal
    #A comunhão eucaristia
    #1pai nosso
    #1ave Maria
    #1gloria ao pai meia Hora de adoração,mas cem ir ao cemitério, cera que é válido assim?

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