Dia da mentira: É tempo de desnudar o coração
por Por Cássia CarvalhoE se você só tivesse o hoje para encontrar a Verdade que lhe espera? 1 abril 2020 1º de Abril. Para muitos, hoje é o famoso “Dia da Mentira”. Em tempos de disseminação rápida da informação, com o imediatismo daqueles que não sabem mais esperar, a vivência da verdade parece algo cada vez mais difícil. […]
E se você só tivesse o hoje para encontrar a Verdade que lhe espera?
1º de Abril. Para muitos, hoje é o famoso “Dia da Mentira”. Em tempos de disseminação rápida da informação, com o imediatismo daqueles que não sabem mais esperar, a vivência da verdade parece algo cada vez mais difícil.
Nos escondemos atrás das nossas desculpas. Aparentemente, não temos mais tempo para nada. Encontramos refúgio nas nossas justificativas e na nossa pouca disposição de amar e servir. A mentira e a omissão, tornam-se, portanto, um disfarce constante: é mais fácil usar máscaras do que encarar a verdade que nos desnuda.
A grandeza da verdade revelada pela natureza todos os dias – da singela aurora ao intenso anoitecer -, parece já não nos convocar mais para o campo de batalha onde os disfarces não têm vez: a vida encarnada, doada, ofertada em favor dos outros.
O que está acontecendo? Onde nos perdemos? Por quê nos escondemos?
Quando Adão e Eva pecaram, adotaram a postura do escondimento diante da vergonha que os encobria. Não souberam acolher a misericórdia que os esperava apesar dos seus erros, apesar da traição e da desobediência. Construíram muros. Quebraram a ponte com o Deus da Verdade.
Será que não estamos fazendo o mesmo?
Eu sei, caro leitor. Não é fácil assumir a nossa fraqueza. A percepção do quanto somos frágeis pode ser dolorosa. Sim, somos vulneráveis. É confortável esconder as nossas faltas, principalmente em um mundo tão exigente e materialista.
A luz da verdade dói no início, principalmente quando estamos há tanto tempo envoltos pela escuridão que não coloca as nossas feridas à mostra. O mofo gerado por uma vida cômoda parece não mais nos incomodar. E assim nos escondemos. Mentimos. Omitimos. Retemos a encarnação que nos convoca, todos os dias, a uma nova saída.
Neste tempo de Pandemia estamos isolados em nossas casas. Neste novo mês que se incia, desejo, de todo o meu coração, que você faça novamente uma experiência com a Verdade. Que você reencontre, dentro de você, este caminho de retorno ao essencial.
Jesus nos diz, providencialmente, na Liturgia de hoje: ‘Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ (João 8; 31).
Caminhar na verdade e permanecer na verdade: esse deve ser o itinerário da nossa vida. Cristo nos espera. Ele não nos pede justificativas, porquês ou grandes explicações. Ele deseja a simplicidade do nosso coração e a inteireza da nossa presença encarnada.
Em tempos difíceis, mais do que nunca, Ele deseja se encarnar em nós. Coragem! É tempo de expor o coração.
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