Papa Francisco: a Bíblia é a melhor vacina contra o fechamento da Igreja
por Boa Semente“Com o mesmo entusiasmo que lemos nesses dias nas narrações pascais, onde todos correm: as mulheres, Pedro, João, os dois de Emaús… Corram para encontrar e anunciar a Palavra viva”, pediu o Papa.
“Com o mesmo entusiasmo que lemos nesses dias nas narrações pascais, onde todos correm: as mulheres, Pedro, João, os dois de Emaús… Corram para encontrar e anunciar a Palavra viva”, pediu o Papa.
O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta sexta-feira (26/04) os participantes do Congresso Internacional da Federação Bíblica Católica. O evento está em andamento em Roma desde o dia 23 e celebra os 50 anos da Federação.
O tema do Congresso é “A Bíblia e a vida: a inspiração bíblica de toda a vida pastoral e missão da Igreja (VD 73) – Experiências e desafios”. E foi a partir dessas duas palavras – Bíblia e vida – que o Papa Francisco desenvolveu o seu discurso.
A Palavra está viva e dá vida
“A Palavra de Deus é viva, disse o Pontífice, citando o Novo Testamento, “não morre nem envelhece, permanece para sempre”. “Está viva e dá vida. A Palavra, de fato, traz ao mundo o respiro de Deus, infunde no coração o calor do Senhor através do sopro do Espírito.”
A Bíblia não é uma bela coletânea de livros sagrados a estudar, é Palavra de vida a semear e o trabalho dos acadêmicos deve ter este fim. Na Igreja, disse ainda o Papa, a Palavra é uma insubstituível injeção de vida. Por isso, as homilias são fundamentais.
“ A pregação não é um exercício de retórica e nem mesmo um conjunto de sábias noções humanas: seria somente lenha. É ao invés partilha do Espírito, da Palavra divina que tocou o coração do pregador, o qual comunica aquele calor, aquela unção. ”
Não se pode renunciar à Palavra
Diariamente ouvimos demasiadas informações, mas não podemos renunciar à Palavra de Jesus, à única Palavra de vida eterna de que necessitamos cotidianamente. “Seria belo que a Palavra de Deus se tornasse sempre mais o coração de toda atividade eclesial”, disse ainda Francisco, citando a Evangelii Gaudium.
“É desejo do Espírito nos plasmar como ‘formato-Palavra’: uma Igreja que não fale por si e de si, mas que tenha no coração e nos lábios o Senhor. Ao invés, a tentação é sempre aquela de anunciar nós mesmos e de falar de nossas dinâmicas, mas assim não se transmite ao mundo a vida.”
A Palavra então ensina a renunciar a si mesmo para anunciá-La, leva a viver de modo pascal, não deixa tranquilo, mas coloca em discussão: “A Igreja não se cansa de anunciar, não cede à desilusão, não se rende em promover em todos os níveis a comunhão, porque a Palavra chama à unidade e convida cada um a ouvir o outro, superando os próprios particularismos”.
Vacina contra o fechamento
A Igreja que se nutre da Palavra, portanto, vive para anunciá-La, lançando-se pelas estradas do mundo, até os confins da terra, não se poupa.
A Bíblia é a melhor vacina contra o fechamento e autopreservação da Igreja. É a Palavra de Deus, não nossa, e nos preserva da autossuficiência e do triunfalismo.
“Bíblia e vida: vamos nos comprometer para que essas duas palavras se abracem, para que jamais uma fique sem a outra. Rezemos e trabalhemos para que a Bíblia não fique na biblioteca, mas corra pelas estradas do mundo. E faço votos para que vocês sejam bons portadores da Palavra, com o mesmo entusiasmo que lemos nesses dias nas narrações pascais, onde todos correm: as mulheres, Pedro, João, os dois de Emaús… Corram para encontrar e anunciar a Palavra viva.”
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