Amor por JP II cresce mesmo após sua morte, diz postulador
Postulador da causa de canonização de São João Paulo II enfatiza o afeto que os fiéis cultivam pelo santo, que foi Papa por quase 27 anos
Postulador da causa de canonização de São João Paulo II enfatiza o afeto que os fiéis cultivam pelo santo, que foi Papa por quase 27 anos
Rádio Vaticano
Tradução: Jéssica Marçal
Nesta quarta-feira, 22, pela primeira vez a Igreja festeja São João Paulo II, Pontífice por quase 27 anos. Elevado à honra dos altares em 27 de abril desse ano pelo Papa Francisco, junto a João XXIII, Karol Wojtyla está entre as figuras mais amadas da história recente da Igreja. Um amor que cresce mesmo após nove anos de sua morte, como destaca o postulador da causa de canonização, mosenhor Slawomir Oder.
Mons. Slawomir – Não escondo que, para mim, olhar a página do calendário com a data 22 de outubro é seguramente um momento de grande comoção. E é uma coisa impressionante como, ainda agora, há mais de nove anos da sua morte, o nome de João Paulo II suscite nos corações dos fiéis sentimentos de gratidão, de alegria, de afeto. Nestes meses, tive a oportunidade de participar de várias iniciativas para recordar São João Paulo II e devo dizer-lhe que me comovi em ver igrejas cheias, a participação das pessoas que, com lágrimas nos olhos, contavam suas experiências.
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Além das análises dos teólogos, daquilo que possam escrever os vaticanistas, há um povo de Deus que continua e cresce o seu amor por esta figura…
Mons. Slawomir – Efetivamente, é um fenômeno que já encontrei durante os anos do processo, colhendo os testemunhos. Um fenômeno que encontrava a sua expressão nas palavras, que todos repetiam como um refrão: “O nosso Papa! O nosso Papa!”. Diziam isso em polonês, em italiano, e continuam a dizê-lo em todas as línguas do mundo. Permaneceu como o Papa dos nossos dias, no sentido de que permaneceu uma memória muito fresca, sempre viva: do seu sorriso, das suas palavras, da sua atitude muito paterna, severo, mas também benevolente, com a certeza da sua palavra, da sua doutrina e da sua proximidade às pessoas necessitadas de afeto e de misericórdia.
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O dia 22 de outubro, obviamente, é ligado às três palavras que não serão nunca esquecidas pensando em João Paulo II: “Não tenhais medo”. De algum modo, esta exortação tem uma projeção para adiante, isso é, em continuar a não ter medo de anunciar Cristo, mesmo se é preciso dizer coisas desagradáveis para os nossos tempos…
Mons. Slawomir – Esta é a função profética da Igreja e isto é também a coragem extraordinária, que João Paulo II demonstrou em todo o seu pontificado, que foi percebido como força pelos seus adversários, mas também pelo povo de Deus: colocou Cristo no centro do seu Magistério, da sua palavra, da mensagem que deixou à Igreja. Por isso, as suas palavras “não tenhais medo” realmente são as palavras que ainda hoje inspiram tantas pessoas a pegar um caminho e fazer escolhas que vão contracorrente, que são escolhas proféticas.
Nestes meses, depois da canonização, então depois de 27 de abril, o que lhe tocou? Há talvez uma experiência, uma história entre tantas outras que permaneceu no seu coração?
Mons. Slawomir – Recentemente estive em Puglia, participei de um evento muito bonito – um dos tantos, nesses dias – que se inscreve ainda na “peregrinação” da relíquia de São João Paulo II, que continua o seu itinerário no mundo. O que me tocou foi a Igreja lotada de pessoas. Depois da Missa vespertina, tantas pessoas permaneceram na Igreja, por toda a noite: rezaram até o amanhecer, até a Missa da manhã, confiando a João Paulo II suas intenções, preocupações, esperanças e suas alegrias. Penso que isto é realmente a tarefa dos santos e que ele está desenvolvendo muito bem esse seu papel: interceder, mas também motivar as pessoas à vida. Aquelas palavras que confiou quase ao fim do seu pontificado, introduzindo a Igreja no novo milênio – “Duc in altum!” lançar-se ao largo – realmente permaneceram nos corações das pessoas. A santidade encoraja, a santidade contagia, a santidade atrai e realmente pode incidir nas escolhas concretas da nossa vida.
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