Semana da Família: Geração e defesa da vida
por Daniel RubensLutar contra o aborto não basta. Não se trata apenas de uma luta negativa. Não é apenas um mal a combater. Temos uma luta positiva, propositiva e afirmativa pela vida. Acolhamos e defendamos toda vida humana e a vida toda.
Na Semana da Família nos dispomos a meditar, através de três pequenos textos, acerca de alguns temas que são caros à missão daqueles que receberam de Deus a vocação de ser família.
Vamos meditar sobre a Geração e Defesa da Vida, a Educação dos Filhos e a Espiritualidade na Família. Nesse primeiro texto, queremos pensar sobre a Geração e Defesa da Vida desde a concepção até seu natural declínio.
Nesse sentido, eu poderia pensar em fazer uma lista de contra-argumentos à proposta abortista, dirigida aos que, pelas motivações mais diversas, pretendem descriminalizar a prática absurda e inaceitável do aborto. Mas não é esse o caminho que pretendo trilhar.
Prefiro falar aos que já têm em conta a defesa da vida desde a concepção, e propor-lhes uma reflexão a mais: até que ponto essa defesa da vida e a luta contra o aborto é sustentada numa mentalidade impregnada de amor pela vida humana? Tentando esclarecer um pouco mais: essa “defesa da vida” não seria apenas uma fina superfície que esconde uma resistência profunda, ou mesmo rejeição, ao dom da procriação que Deus nos confiou?
Pergunto aos casais cristãos: qual é a sua reação quando uma amiga de trabalho ou familiar que já tem dois, talvez três filhos ou mais, acolhe em seu seio uma nova vida? O que você pensa dessas pessoas? São generosos colaboradores de Deus ou irresponsáveis? Será que há a profunda compreensão de que assim como somente ao Sacerdote é dado o milagre de fazer presente o Cristo Eucarístico, da mesma forma, somente aos esposos é dada a missão da geração e do cuidado com a vida humana? Que esse é o nosso dom sublime e missão primeira?
Lutar contra o aborto não basta. Não se trata apenas de uma luta negativa. Não é apenas um mal a combater. Temos uma luta positiva, propositiva e afirmativa pela vida. Acolhamos e defendamos toda vida humana e a vida toda. Do homem, da mulher, do branco, do negro ou índio, a vida do rico e do pobre, do sadio e do doente, da criança, jovem ou idoso, do justo e do injusto, porque Cristo rompeu com os rótulos. A nossa bandeira não é a da luta entre grupos de pessoas, mas a da solidariedade porque já “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl, 3, 28).
Defendamos a vida, amemos a vida, lutemos pra que os pais acolham, sem descuidar de construir uma sociedade mais solidária, como nos ensina a Santa Mãe Igreja. Não queremos que a vida venha a todo custo. Deus sabe que precisamos espaçar e por vezes interromper por tempo indeterminado o nascimento dos filhos (ver Humane Vitae, 10), pelo bem da vida, mas não nos fechemos no egoísmo materialista que rejeita a vida como se um peso fosse.
Que a Virgem Mãe que acolheu com generosidade a Missão materno-divina que o Pai lhe confiou e Santa Gianna Beretta Molla, que levou a geração da vida ao ponto máximo de oferecer a sua própria vida, intercedam por nós nessa tão nobre e árdua missão. Que Deus lhes abençoe e Maria lhes guarde!
Daniel Rubens, pai de três, psicólogo e amigo da Comunidade Mariana Boa Semente
Janeth Mary Pinheiro, mãe de três, pedagoga e consagrada da Comunidade Mariana Boa Semente
Missão Fortaleza
1 Comentário
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Uma texto maravilhoso ..