Divisão entre cristãos fere a Igreja e Cristo, diz Papa
Santo Padre pediu que os cristãos pensem mais no que os une do que naquilo que os separa
Santo Padre pediu que os cristãos pensem mais no que os une do que naquilo que os separa
Da Redação, com Rádio Vaticano
A divisão entre os cristãos fere a Igreja e fere Cristo, disse o Papa Francisco, na catequese desta quarta-feira, 8. O Santo Padre prosseguiu a série de catequeses sobre a Igreja, desta vez falando sobre a necessidade de comunhão entre os cristãos.
Francisco deu uma pausa nos trabalhos sinodais desta manhã para se encontrar com os milhares de fiéis e peregrinos na Praça São Pedro. Depois de cumprimentar a multidão em festa, o Papa comentou a atitude de muitos católicos diante da divisão na Igreja: uma atitude de resignação e indiferença que, no decorrer da história, provocou conflitos, sofrimentos e guerras.
“As divisões entre os cristãos, enquanto ferem a Igreja, ferem Cristo, e nós divididos fazemos uma ferida em Cristo: a Igreja, de fato, é o corpo do qual Cristo é a cabeça. Sabemos bem quanto esteve no coração de Jesus que os seus discípulos permanecessem unidos no seu amor”.
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.: Em breve, íntegra da catequese
O Santo Padre recordou que o maligno procura dividir a Igreja e esta acabou sendo marcada por separações graves e dolorosas. As razões para tal divisão são diversas, como as divergências entre princípios dogmáticos e morais e concepções teológicas e pastorais diferentes. “O que é certo é que, de um modo ou de outro, por trás destas lacerações, há sempre a soberba e o egoísmo, que são a causa de todo desacordo e que nos tornam intolerantes, incapazes de escutar e de aceitar que há uma visão ou uma posição diferente da nossa”.
Diante dessa situação, os membros da Igreja devem unir sua oração à oração de Jesus pela unidade, disse o Papa. Além disso, não podem se fechar ao diálogo e ao encontro, mas permanecerem abertos a todos os que creem em Cristo, mesmo que pensem de modo diverso. Francisco pediu que os cristãos pensem mais naquilo que os une, e não naquilo que os divide.
“É uma dor, há divisões, mas todos temos algo em comum: todos nós acreditamos em Jesus Cristo. Estamos em caminho, ajudemo-nos uns aos outros. Em todas as comunidades existem bons teólogos, que façam o seu dever. Mas nós devemos caminhar juntos, rezando um pelo outro e fazendo obras de caridade. E assim faremos a comunhão em caminho.”
Isso se chama ecumenismo espiritual, explicou o Papa, que acrescentou: “Não deveria contar fatos pessoais, mas não resisto à tentação. Estamos falando de comunhão, comunhão entre nós. E hoje eu agradeço ao Senhor, porque são 70 anos que fiz a Primeira Comunhão”, contou Francisco, lembrando que esse sacramento significa entrar em comunhão com os irmãos da Igreja, mas também em comunhão com todos aqueles que pertencem a comunidades diferentes, mas acreditam em Jesus. “Caminhemos rumo à plena unidade”, exortou por fim o Pontífice.
Ao saudar os grupos presentes na Praça, Francisco recordou a Jornada Europeia para a doação de órgãos. “Faço votos de que com essa forma peculiar de testemunho de amor ao próximo, se respeite a certeza da morte do doador, e sejam evitados abusos, tráficos e o comércio de órgãos.”
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